sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Um dia normal

Você conhece suas necessidades, seus desejos? O que realmente é importante e fundamental para você, o que é vital para sua alma, qual é seu caminho nessa vida para evoluir?
Quantos enredos de dificuldade você cria para se impedir de ser feliz?
Essas são perguntas que me faço na vida e muitas vezes aqui no ashram, diante de uma vida tão diferente daquela do Brasil e achei legal compartilhar.
Uma coisa que sempre me surpreende aqui em Amritapuri é o contraste de estilo de vida. No Brasil consigo tudo rapidinho, tenho tudo sempre ao alcance das mãos. Aqui não. Tudo tem um tempo, um caminho, um ritmo completamente diferente para mim e fico com a sensação de que os pequenos passos que dou aqui são grandes vitórias, porque aprendo a rever minhas necessidades, meus desejos, minha paciência. E sou feliz. Sorrio até doer a bochecha!
Se eu tivesse conseguido falar com um marceneiro no dia em que cheguei teria feito escolhas pesadas e muito diferentes das que faria agora (caso eu conseguisse um marceneiro...heheh).
Então fico pensando como muitas vezes minhas ações de "querer" são infantis e são distanciadas dos desejos da minha alma.
Esse é um exemplo simples, mas se expandirmos a partir daí... teremos uma boa reflexão.
Arrumei a cozinha. Isso significa apenas que tirei as loucinhas das caixas, lavei tudo e.... fiz meu primeiro café!!! Maravilha!! Gosto da ideia de poder ficar sozinha, principalmente cedo de manhã e à noite, apesar de que tenho a firme intenção de conseguir seguir a rotina do ashram e fazer o archana em conjunto no horário da manhã, o que não consegui até agora todos os dias.
Já comecei também meu seva no cafe, sempre das 16 às 18 horas, como no ano passado. É lindo esse seva porque muita gente vem tomar lanche a esta hora e me divirto em olhar para as pessoas, em ver como parecem crianças nesse ambiente... Muitas vezes as pessoas não sabem nem o quê escolher, muitas vezes travam porque acham que não serão entendidas... O mundo é contido em cada pessoa e me diverte. Também gosto de oportunidade de fazer mantra (Om namaha shivaya o tempo todo) e de sorrir!!! Minha companheira é nova (não a do ano passado), mas tem bastante experiência e o tempo transcorre rápido porque não dá para parar um só minuto.
Também percebo o quanto estou ali só pela graça e oportunidade da Amma. As vezes fico tão confusa que me enrolo toda. Mas as pessoas sabem os preços melhor do que eu, sabem como comandar, enfim...
Acima de tudo, a maior dificuldade é com os nomes que tenho que anotar no papel da comanda... uau! Mas sempre acabo conhecendo um novo aspecto de Deus com os nomes espirituais e me divirto com os nomes indianos (ontem atendi uma Maya e logo depois um Raji e um Ravi... isso lembra alguma coisa?)
É bom também porque fica bem pertinho da Amma quando ela está dando darshan.
Ontem, quarta-feira, recebi meu primeiro darshan. Pela primeira vez pude apreciar o colo quente e acolhedor da Amma me recebendo. Nossa, como foi bom. Fiquei ali um tempinho em frente a ela, enquanto ela falava em malaialo e eu só sorvendo e respirando amor... Eu fico encantada de amor com as expressões da Amma quando fala - tão expressiva! Mesmo sem entender uma palavra, parece que a gente está captando tudo!
Depois foi um mergulho enorme, longo e pleno no calor maternal de Devi!
Que delícia!
Fico por aqui, sempre ocupada..hehehe
Espero que algumas pessoas estejam aproveitando, tanto positiva quanto negativamente.... tudo é a mesma coisa...
Ah, tenho saudades sim. Tenho saudades da minha família, mas até isso é bom. Ter de quem e do quê ter saudades!

Um comentário:

  1. raj e maya da novela hehehe
    mt bacana ler um pouco do que vc está vivendo aí, apesar da gente se falar bastante, né?
    saudades muitas, sempre, mas tb acho gostoso =D
    te amo mamis!

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