sábado, 25 de setembro de 2010

E o aniversário está chegando!

É difícil descrever o que está acontecendo neste ashram. As pessoas não param de chegar, para se caminhar foram definidas mãos, uma para ir outra para voltar. Ninguém consegue lugar para sentar naquele salão enorme do darshan e, pela primeira vez vi a Amma dar darshan em pé. É assim: ela fica sentada no alto e numa posição em que as pessoas passam por ela em pé e recebem o abraço. É muito mais rápido assim.
Todos estão trabalhando muito para que tudo saia bem. Hoje se preparou 700 quilos de arroz para o almoço. Mas o grande evento ainda vai acontecer apenas na segunda. Do lado de fora do ashram há um montão de camelôs, barraquinhas para comer, bijuterias etc...Tudo está iluminado,a ponte foi repintada, o ashram está super enfeitado e tudo continua funcionando, apesar desta montanha de gente.
O programa da festa será: 6 horas da manhã daqui, archana (mil nomes), 8h30 da manhã maha pada puja realizado pelo big swami, em seguida satsang da Amma, depois recepção e discursos dos vips, inaugurações do mês e a partir de 12 horas, Amma começará a dar darshan e deverá terminar por volta das 10 da manhã da terça-feira.
Hoje fui até uma cidade bem próxima de Kochin e andamos 75 km. Ao longo de toda a estrada, cartazes anunciando e comemorando o aniversário da Amma.
Há tantas outras coisas daqui que queria compartilhar, mas já é quase meia-noite. O tempo aqui sempre é pouco para o que desejamos fazer e esta sensação muitas pessoas têm. Os residentes, após um certo período, conseguem dominar esta sensação com muita disciplina e prática.
Mas quero deixar gravada aqui para não esquecer de um dia contar: a economia de água, o aproveitamento de tudo e mais um pouco, a importância da Amma, o excesso e o caos visual do sul da Índia e o registro escrito da minha vida feito há 5 mil anos pelos rishis e como encontrar a sua folha.
Algumas fotos:

Cartaz da Amma na estrada

Cartaz da Amma na estrada

Alunas das universidades. Apenas as pós-graduandas não usam mais uniforme

Menininhos na rua

Ponte enfeitada e enfeite incrível em madeira

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

O ashram fervilha

É incrível como o ashram está fervilhando, com atividades e pessoas se movendo durante 18 h por dia. A partir de domingo tudo mais se volta para a preparação da festa e hoje já tivemos reuniões explicativas.
Pessoas chegam de todos os lugares da Índia e também de fora. Hoje durante os bhajans mal tinha lugar para todos se sentarem - uma grande diferença comparada ao dia em que cheguei.
Hoje nem posso falar muito, mas prometo amanhã postar algo melhor

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Respostas aos comentários

Max, Yara, Dolcy, Abhayam, meus irmãos queridos, minha linda família espiritual, mais um presente da Mãe. Também amo vocês todos e adoro abrir o blog e ver os comentários. Me dá a sensação de estarmos todos juntos e muitas vezes em que tive preguiça de escrever, foram vocês os motivadores.
Imagino que outras pessoas também leiam minhas "aventuras seguras" no colo da minha Mãe Divina, e adoro quando comentam (brigada Flávia)
Dolcy, ainda não usei um sári.... Estou doida para experimentar e até comprar um, mas o tempo aqui é curto...rsrsrsr...Se eu ficar bem num sári, tiro foto e publico para vocês
Uma vez a Nístula comentou que a vida no ashram era super agitada e eu não consegui imaginar, mas agora sei. Nunca faço tudo o que eu gostaria num dia, normalmente acordo muito cedo, durmo muito tarde.... e tem gente que pensa que saímos do mundo vindo para cá. Que nada. A experiência riquíssima de estar aqui deveria fazer parte da v ida de todos pelo menos por um período. Gurukula é realmente um grande passo.
Beijos, tô indo cortar legumes.

Lições da Amma


O darshan esta semana tem terminado cedo. Ainda bem que hoje conseguimos nos inscrever para sentar por 1 hora ao lado da Amma e também conseguimos receber nosso darshan da semana, já que ontem Amma só deu darshan aos indianos.
Enquanto estávamos lá sentadas, todos tivemos que levantar e criar um corredor para Amma passar. Amma interrompeu o darshan e se preparava para sair quando parou e disse: "O médico disse que tenho que ir ao banheiro a cada 4 horas. Não tenho vontade ir, mas obedeço."
E lá recebemos nós o privilégio de ter este ensinamento de obediência e de respeito aos médicos e ao corpo físico.

Hoje também houve a formatura de uma turma de odontologia. Eles parecem muito novinhos, talvez precisem de mais prática ou sou eu que estou velha demais.
O maha puja de Kali foi lindo e especial. Eles montam um palácio indiano em miniatura tendo dentro a foto da Amma e aos pés dela a foto de Kali. Depois montam muitas lamparinas. Na verdade são 9 em torno de um quadrado, depois 2 maiores nas laterais e uma enorme no centro.
A energia é muito, muito forte e dá prá sentir claramente. O pujari que se tomou de proteção e simpatia comigo, um bramachari que dedica a vida à Amma, ofereceu se queríamos dar prassad de Ganesha. Como sei que a Mônica adora Ganesha, passei logo a bola, até porque a Mônica já estava querendo comprar uma guirlanda para o Ganesha do Kalari e nao tínhamos conseguido.
O puja ficou bem cheio e depois todos receberam muito prassad. Foi lindo e achei muito especial que ele tenha sido celebrado no dia em que a Lua está em Peixes e bem na minha estrela de nascimento!
Agora é me abrir e receber e quem sabe me transformar um pouquinho mais.
Uma outra coisa que não comentei até agora é que há todo um setor de costura, que aqui chamam de "tailoring" e tenho ido muito lá mandar fazer umas roupinhas. Aliás, estou adorando poder mandar fazer roupinhas por aqui. É bem verdade que não há muita variedade de modelos, mas as estampas são maravilhosas e as meninas que trabalham ali, as bramacharis que passam o dia na costura como seva são umas gracinhas. Adoro particularmente as duas irmas que sempre me atendem, a Nina e a Rani.
Hoje pude também fazer um puja pessoal para meu planeta Saturno, que não é mole não. Por sugestão do astrólogo daqui, eu tinha que dar um sári azul para a Amma ou para Kali. Como para mim ambas são a mesma coisa, foi lindo dar o sári para a Amma no dia de puja de Kali.. A gente coloca rapidamente em torno dela, simbolizando estar vestindo a deidade!

E Amma do alto de seu amor incondicional e infinito se abre totalmente a nós para que possamos realizar nossas oferendas, refletir sobre a oferta e a entrega e evoluirmos.
Seguem mais algumas fotos do passeio de ontem que esqueci de postar por absoluto cansaço. A umidade aqui é muito forte e, apesar de não ser um calor insuportável como o do Rio, é tudo muito pesado e todos se cansam facilmente
Vista externa do palácio que visitamos ontem, lindo né?    
Sentados no trono dos reis na sala de audiência!

Templo, templos e mais templos...

Escuta muito falar da importância da religiosidade nos indianos, mas é difícil avaliar sem ver de perto. Não pretendo escrever qualquer tratado sobre o assunto e também acho que só posso mesmo falar deste pequeno pedaço de Kerala, mas o número de templos é impressionante. Hoje visitamos 4 templos em menos de 2 horas. Dois dos templos eram exatamente um em frente ao outro!

no templo das serpentes
Tem templo para todas as divindades, conhecidas ou não. Templos grandes, templos pequenos, médios. Em cada agrupamento de casas há um templo que é freqüentado e mantido pela comunidade. Normalmente há um ou dois monges que se dedicam a cuidar do templo. Em cada um deles há a deidade principal e depois as deidades de suporte – Ganesha fica sempre do lado de fora dando suporte ao templo, em um templinho próprio e fica com parte dele enterrado para segurar a onda energética. A maioria dos que visitamos é bem cuidado e dá uma sensação muito positiva, mas vimos ontem um templo, chamado templo das 3 árvores, cuja divindade é a própria árvore, que tinha uma energia muito tamásica e era um bom exemplo daquilo que imaginamos encontrar o tempo todo na Índia – mendigos no chão implorando por uma esmola.
Uma coisa que é difícil para mim é não interagir com as pessoas e ignorar totalmente os apelos, mas vou me exercitando.

Passeio feliz
Visitamos também um antigo palácio de nobres de Kerala, um lugar lindo, super bem cuidado, com estátuas antigas de deuses maravilhosas e também uma lindíssima arquitetura.
Mas o ponto alto para mim foi o pequeno templo de Hanuman que visitamos. Entramos meio que só para dar uma olhada e eis que fui levada pela emoção porque Hanuman é o deus macaco, a mais pura expressão da devoção. Comprovou o tempo todo sua devoção e amor a Rama. Meio escondidinho no canto esquerdo do templo, havia 9 estátuas de gêmeos que me atraiam muito. Fiquei rodeando e eis que nosso amigo John veio contar que eram os 9 planetas!!!
Que felicidade! Ver minhas divindades amadas ali representadas. Acabamos acendendo velas para todos os planetas e foi muito lindo.

Puja para os grahas
Visitamos também um templo dedicado à serpente. Não ao animal físico aqui da Terra mas ao deus das serpentes e às serpentes que habitam no mundo astral das serpentes. Aquele templo representa um portal de ligação do mundo astral ao nosso mundo e, apesar de não podermos vê-las com os olhos físicos, pode-se até “sentir” que elas estão ali.
Tiramos muitas fotos lindas, mas são pesadas para carregar, então segue apenas amostras por enquanto.
É bom passear um pouco também para poder ver/confirmar a grandeza da Amma, ver como tudo aqui no ashram é bem cuidado, alto astral, uma energia maravilhosa.
O ashram está fervilhando com os preparativos para o aniversário da Amma. Pessoas aos montes chegam de todo lado e o tempo todo; tudo está sendo limpo, pintado, preparado, inclusive a ponte e o salão de darshan fica cheio, lotado.
Hoje para o archana tinha mulheres até do lado de fora.
Apesar de ainda ficar aqui mais 5 dias, já começo a ter saudades e a resistir a partir. Mas este será um bom exercício para trabalhar vários aspectos meus: ficar no aqui e agora, entregar, aceitar, agradecer....
Hoje, lua cheia de Peixes, ascendente em Áries (novos começos), às 20 horas daqui será celebrado o maha puja de Kali. Quem quiser se conectar pelo mundo com esta profunda energia do feminino, será bem-vindo. Estou muito feliz porque acabei deixando para fazer meu puja de Kali hoje!
Decidimos não mais fazer a viagem enorme e cansativa que havíamos pensado no início. Iremos apenas passear por aqui pertinho mesmo, descendo até Kanya Kumari, Madurai e Cochin novamente para descansarmos mais um pouquinho antes de voltar para a outra casa!

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Eu estou feliz!

Parece que estou aqui há meses, apesar de ainda me sentir uma "outsider". Tenho uma enorme curiosidade de ver mais da Índia, mas também tenho muita vontade de ficar muito mais aqui. Uma parte de mim quer ficar aqui para sempre e entendo agora como a Índia fascina algumas pessoas. Estou fascinada!
Tantas coisas já se passaram comigo e já vivi tantas transformações e são apenas 3 semanas. O primeiro impacto com as pessoas daqui, os residentes estrangeiros que eu achava horríveis se transformou, e agora conheço muita gente, adoro distribuir sorrisos por aí também para os gringos e tenho me dado muito bem.

Este clima legal tem sido muito importante para mim, depois daquele período de tanta hostilidade no grupo da Amma no Brasil. Mas também sei que milagrosamente mudei e estou mudando, talvez de forma mais acelerada aqui do que em qualquer outro lugar. Ao invés de exigir dos outros ou esperar que sejam legais, ocupo-me apenas em ser legal com todos, em dar o meu melhor sorriso e além de dizer om namaha shivaya para tudo e todos também dizer bom dia, obrigada e dizer coisas gentis para as pessoas. Como é bom e importante sentir-se acolhida no movimento espiritual!
Assim, a coisa vai transcorrendo mais amena e segura, mas de vez em quando volta o desafio. Hoje entro no elevador e há uma regra de que o elevador só pode andar com lotação total. Muitas vezes eles deixam a gente ir em menos gente, mas só tinha um senhor e eu. Eu disse a ele educadamente, talvez devamos esperar e lá veio ele com aquela "gentileza" norte-americana típica dos devotos da Amma, dizendo rispidamente: vc sai e espera porque eu estou indo!
Meu primeiro desejo foi ser grosseira também, mas aí lembrei do meu voto para Amritapuri e simplesmente sorri e agradeci. Afinal, graças a ele não tive que esperar horas para subir.

Yara perguntou se eu emagreci. Não sei dizer porque todas as roupas são indianas, mas parecem estar mais largas do que quando comprei. Também tenho a sensação de comer muito, mas como andamos muito é possível que eu tenha mesmo perdido alguns quilos.
Adoro usar roupas indianas, mas gostaria de usar roupas um pouquinho menos soltas. Ainda não ousei experimentar um sári. Aqui no ashram não há muitos e não chegamos a ir a nenhuma loja. Tenho muita vontade de experimentar e talvez comprar um só para brincar de vez em quando.
As vezes também tenho saudades da minha roupa ocidental, mas realmente é muito melhor usar roupas indianas por aqui. Elas jogam os panos e lenços de uma forma incrível e acho tudo muito feminino e sensual.
Os homens usam dhotis e quando estão usando longos, seguram uma das pontas com os dedos. Quando cansam, simplesmente dobram e usam saia curta!
Mas nós no ocidente temos muito mais variedade, principalmente as mulheres. Aqui há 3 modelos básicos: sári, punjabi com calça tradicional (como o azul de ontem) e punjabi de calça estreita.
Mas uma coisa horrível mesmo são as camisolas que vemos nas lojas. Tem que ter muita destreza no Kama Sutra para se sentir atraído por uma mulher com uma camisola daquelas indianas!
Incrível como são feias! E pensar na Maya da novela toda sensual dormindo de sári! Amanhã vou tentar me informar sobre isso!
Falando um pouco do dia de hoje, quando cheguei ao templo para o satsang da Amma e o prassad do almoço, escutei uma moça espanhola dizendo a outra: não se preocupe - tem comida para todos e Amma sabe até a quantidade que cada um precisa comer. Eis que pego meu prato e.... cheio até a borda! Tinha muito, muito arroz. Mas comi tudo muito feliz... e só deixei mesmo um caldinho no final que foi impossível de absorver.
Também estou me acostumando a comer com as mãos. Há uma técnica para isso e até que me dou bem comendo com a mão direita. Para a próxima viagem à Índia vou treinar também escrever com a mão direita porque eu pareço um animal de circo quando eles me vêem escrever! Acham incrível alguém escrever como eu! A mão esquerda é realmente apenas para dejetos aqui!
Bem, por hoje é só. Um dia feliz, muito feliz!
Assim como o lótus transforma-se numa flor maravilhosa saindo do lodo, espero que eu também possa sempre melhorar e caminhar para Deus.
Olha nós todos aqui - as flores de lótus da Amma:
Divina Mãe, cuide de todos nós para que possamos nos transformar em perfeitos lótus a seus pés!

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

E o festival de Ganesha acabou


Ontem acabou o festival de Ganesha. Foi divertido ver tantos jovens brincando e gritando, numa dança estranha. Na verdade, não parecia haver muita devoção envolvida, mas sim muita festa, uma espécie de Carnaval! Não sei se eu iria gostar de participar da barulheira e da gritaria novamente, mas gostei muito de passar 9 dias fazendo arati e mantras para Ganesha.
A estátua saiu de frente do Kalari e foi levada até a Amma, que continuou a dar darshan sem parar. Aí deram voltas no ashram até ser levada a uma praia próxima, onde foi jogado ao mar.
O simbolismo deste encerramento e de se jogar a estátua ao mar para que seja destruída é que se passou uma semana adorando Ganesha em sua forma simbólica, com cabeça de elefante, 4 braços etc... Além disso, passou-se uma semana adorando Ganesha e seus atributos, coragem, persistência habilidade na escrita etc..
Então, ao jogar a estátua ao mar, destrói-se a forma externa simbólica e internaliza-se o Ganesha que foi venerado durante este festival.
Dava muito a impressão que as pessoas estavam lá para uma festa, e todo mundo estava contente. Havia vários ônibus para levar todos os sevitas, mas nós fomos de carro com um amigo daqui e foi legal chegarmos antes para ver todo mundo chegar.
E aí hoje, já amparadas por Ganesha, fomos finalmente para a Índia. Fomos até Kollam, a maior cidade próxima daqui, um clássico exemplo de caos urbano indiano, cheia de odores e de ruídos. Fomos até uma livraria e já se pode imaginar que eu adorei, comprei mais de 10 livros de astrologia védica!!!
Bem, fizemos várias coisas legais, mas como esqueci de levar a máquina, também não vou chatear as pessoas com detalhes.
Mas o mais legal mesmo para mim foi experimentar passar um dia fora do ashram e superar o medo que eu estava de ir embora daqui. Senti-me muito bem, reforçada, energizada, apesar de sentir muita falta da Amma.
Ao voltarmos do passeio, Amma não veio para os bhajans!
A seguir algumas fotos do encerramento do festival, fotos especiais para a Abhayam e sua devoção do Ganesha.
Lakshmi com a foto da Amma passeando em torno do ashram
E o Ganesha vai para o mar
Na praia esperando o Ganesha, atenção para o modelito novo do punjabi                                                                                                                          


Alguém consegue adivinhar qual praia do nordeste é essa? Fomo lá ver o sol se por!

domingo, 19 de setembro de 2010

Nem tudo são flores

Por causa da dimensão das vivências neste ashram é difícil para mim avaliar se tenho passado uma visão idealizada e meio irreal daqui, mas esta é a realidade que estou vivendo, então, perdoem-me se a vejo tão colorida na maioria das vezes.
Ontem percebi que é possível chegar bem perto da Amma, ficar meditando por algum tempo sentada ao lado dela, o que sempre nos conduz a estados meditativos muito mais profundos e também é possível dar prassad.
Como nem tudo são flores, mais um dos meus medos atuais – chegar muito perto da Amma se revelou ontem. Eu ali sentada no salão e a moça insistindo para que eu fosse dar prassad para a Amma. Acabei aceitando e me vi ali ao lado dela. Não sei o motivo ainda, mas durante os 10 minutos que fiquei ali tive muitas, muitas dores nas pernas, a ponto de ter vontade de sair antes do horário. Depois tentei novamente ajoelhar como havia feito ao lado da Amma, e apenas meu famoso joelho direito doeu um pouco. Nem tudo são flores, e como vou interpretar o significado desta inesperada dor que me afastava da Amma?
Também descobrimos ontem que é possível se inscrever numa lista e ficar uma hora sentada meditando ao lado da Amma. E lá fomos nós; conseguimos nos inscrever e passamos uma hora ali do ladinho dela, sempre dando darshan, sem parar. É delicioso ver a Amma interagindo com os indianos, que levam sempre presentes para Ela, fazem doações e levam alimentos que colocam na diretamente na boca da Amma. Amma come um pedacinho, dá comida na boca da pessoa e depois o que resta, o prassad do guru, é dividido em migalhinhas entre todos! Ah, que privilégio comer o prassad do guru! O alimento que te sustenta a alma.
É incrível observar a forma como os indianos olham para a Amma. Parece que ela não é unanimidade no estado de Kerala, mas os que a aceitam a olham como uma encarnação da Deusa.
É incrível também observar como a Amma jamais se cansa de dar amor e benção a todos.
Bem, e eu que disse que tinha sentado lá para meditar!!!! Nem tudo são flores e minha dificuldade em meditar está ficando visível demais!
Ontem fui outra vez passear de barco. Primeira sensação – o silêncio, ah que delícia que é o silêncio. Aqui no ashram isso é impossível durante pelo menos 20 horas do dia. Só se percebe o silêncio por aqui entre meia-noite e 4 da manhã, que, por acaso, é o período em que estou dormindo. Como tenho dormido apenas 4 horas por noite ou menos, tá difícil ficar acordada para usufruir do silêncio nessas horinhas de sono.
Visitamos a igreja onde a Amma foi aprender a costurar, depois visitamos um templo de Kali e na volta passamos por um santuário de pássaros, uma área enorme que pertence ao ashram.
Nem tudo são flores, então, tivemos nós que voltar para a “panela de pressão” fervendo!
E lá fui eu para o meu darshan, tarde da noite. Levei, como prometido nosso livro e fiquei pedindo o tempo todo para a Amma olhar. Finalmente chegou a minha vez – Amma pegou o livro, abriu e.... Disse: “Oh, no, this is very bad!” Ela olhava para a foto dos pés dela e falava em malaialo com alguém.
Depois repetiu, olhando para a foto: “This is very bad. Don’t use it!” Ela não disse mais nada e eu tive que sair. Desculpe a todos pela expectativa criada. Ontem até tinha pensado não falar nada, mas tenho que ser verdadeira. Isso foi o o que aconteceu. Saí desconcertada e está explicado o título deste post. Ontem pensei ainda em falar antes com o swami daqui, mas acordei hoje com uma certeza de que Amma apenas tinha um motivo muito forte para nos dizer para não usar mais fotos antigas dela, como aquela dos pés.
Assim, também fica uma super dica para o aniversário da Amma – temos que usar uma foto mais recente e oficial dos pés da Amma ou então, nenhuma foto. Este é o desejo dela. Este foi um dos momentos mais difíceis que tive aqui, mas há outros lindos e acredito plenamente no amor da Amma.
Hoje é o encerramento do festival de Ganesha e todo mundo está super animado. O ashram está cheio!
Espero ter um dia com florese desejo o mesmo para todos! Um dia com muitas flores!