domingo, 30 de setembro de 2012

Rotina, que rotina?


Tinha pensado em escrever hoje um pouco sobre a minha rotina aqui no ashram, que difere dos anos anteriores. No entanto, apesar de haver uma determinada orientação na minha vida, que gira em torno da presença física da Amma, como pensar em rotina vivendo na extensão do corpo do guru?
Então, hoje me bateu uma saudade enorme da minha filha. Sei lá, vontade de estar com ela, de papear, daqueles momentos deliciosos que nós temos. Aí entrei num banzo total porque tenho esta saudade do Lucas há anos e fiquei mais triste ainda. Tentei me concentrar em muita atividade, tentei dormir, mas desabei de choro sem remédio para tanta saudade.
Até que resolvi sair do quarto e ir prá perto da Amma que estava desde manhã dando darshan sem que eu fosse até Ela. Nem precisei chegar até o hall. Já no café encontrei a moça com quem fiz seva durante este mês que gentilmente me perguntou se eu gostaria que ela fosse me visitar no hospital durante minha permanência lá. Dei mais alguns passos e encontrei uma outra moça alemã que queria muito dar um presente a alguém e achou que teria que ser eu. Ela me ofereceu bolos, qualquer coisa do café, mas como estou firme no meu regime sem açúcar (só prassad), aceitei uma small lemonade!!!

Visão da puja do aniversário da Amma

Caminhei mais um pouco e mais uma outra residente veio me oferecer umas balinhas. Mais um passos e minha pequenina, uma senhora doente que mora aqui com a irmã veio toda feliz me encontrar. Sempre que posso eu a levo tomar um chai fora do ashram. Esta história do chai fora do ashram é o maior desafio para mim. A gente vira uma ruelinha, anda 10 metros e está numa teahouse típica da Índia, com preços abusivos por causa da proximidade do ashram e com a sujeira e a tristeza típica do descaso que vejo sempre que saio daqui. Esta senhora, que vive aqui com a irmã, ambas de família nobre indiana (parece que elas eram princesas, mas não sei mais detalhes sobre isso), adora este chai e a irmã me pede para levá-la todos os dias, mas tem que ser exatamente às 18 horas.
E assim foi - uma sucessão de carinhos, de agrados, de gente gentil expressando a apreciação delas por mim e eu apenas recebendo todo este carinho - sentindo que vinha diretamente das mãos e principalmente do coração da Amma!
Então, depois de uma puja de Shiva-Shakti linda, depois de mais presentes, de meditar mais de uma hora perto da Amma.... enfim - depois de todo um dia, descobri que minha grande rotina aqui é mesmo a de ter respostas muito rápidas para quase tudo.
No entanto, Amma que sabe tudo, também sabe que há temas difíceis para nós e o de agora vem bem a calhar: quando dizer sim e quando é preciso dizer não!
A foto escolhida, além de retratar uma mandala linda toda em especiarias feita para a puja especial do aniversário da Amma, serve também para agradecer aos meus queridos alunos de astrologia aqui do ashram que, cheios de amor, me deram uma lamparina como essas para eu poder "queimar ghee" todos os dias, como me recomendou o astrólogo.
A rotina banal, bem esta fica para depois!
Om namaha shivaya

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