sexta-feira, 12 de outubro de 2012

E o panchakarma começou


Bem, finalmente comecei o panchakarma. Vim para o hospital ontem e vivi uma boa dificuldade. A qualidade dos quartos que me ofereceram é horrível, mesmo pagando uma fortuna (o preço atual de 1500 rúpias é bem caro para a Índia). O banheiro é simplesmente terrível e lá vou eu com minhas dificuldades. O pior é ver que há quartos muito melhores e vazios que eles continuam dizendo que estão reservados!!!
Bem, já vi que por aqui em ter dinheiro não resolve nada. E aproveito para olhar para dentro, para minha "frescura" e "mania" de limpeza, para a dificuldade em aceitar um tratamento que eu mesma escolhi.
Mas, sinceramente falando, entendo que este hospital carece enormemente de qualidade administrativa. É um prédio lindo, com boas instalações, mas falta a parte administrativa/governança de um hospital/clínica de tratamento, principalmente no sentido de manutenção e informação.
Não gosto de criticar as coisas da Amma, pois prefiro aceitar e entendo que há muito trabalho voluntário, mas falta também supervisão aos funcionários e, portanto, profissionalismo. Mas, entrei na dança, fiz o maior alarde e não quero desistir no primeiro dia.
Primeiro dia é realmente hoje. O tratamento inicial chama-se snehapana. O que é: administração oral de ghee medicado (ghee aquecido acrescido de medicamentos). A ideia, pelo que eu entendi, é ir aumentando a administração desse ghee que, após a digestão se distribui pelo corpo chegando até as partes intoxicadas. Quando meu corpo ficar "totalmente cheio" deste ghee, todas as toxinas serão levadas ao estômago, de onde serão retiradas por 2 dias inteiros de vômito. Depois há outros processos que desconheço, mas no total são 30 a 35 dias aqui!
Durante este tratamento que, no meu caso, vai durar 7 dias, a prioridade é ingerir este óleo e digerir. Alimentação mesmo só papa de arroz e água quente.
As ordens hospitalares: levantar às 6, tomar banh, e tomar o ghee antes das 7 da manhã. Ainda não consegui saber porque tão cedo, mas acredito que seja para tomar em jejum e também para poder digerir apropriadamente.
O chato é que há muitas restrições, inclusive a de não fazer nada e também de não dormir durante o dia. Num quarto escuro fica difícil, mas vou ficar mentalizando que sairei daqui muito mais saudável, muito mais magra, muito mais linda e muito mais preparada para a vida, que é meu desejo.
No mais, adorei todas as manifestações calorosas que recebi. Que bom. Pelo menos com o coração cheio de amor tudo fica mais fácil.
Enquanto eu escrevia a médica fofinha, Dr Deepthy veio fazer a ronda e eu reclamei muito do quarto etc... Ela voltou agora e me mostrou dois outros quartos com janelas e luz natural e sem ar condicionado, mas as paredes são tão mal cuidadas que eu preferi ficar mesmo no meu quarto rosa e escuro.
Pedi desculpas e até disse prá ela que entendo minha resistência, mas o critério indiano e brasileiro é muito, muito diferente.
Vamos em frente então....

2 comentários:

  1. Força!!! Não tem muito como escapar, você está sendo obrigada a olhar para dentro. Tudo vai dar certo e você sairá daí uma pessoa melhor. Confie. Bjocas e saudades

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  2. Yara, tem sim como escapar o tempo todo. Basta dizer não ou dizer sim e ficar ou não ficar. Eu confio no tratamento apenas desconheço meus limites. Mas hoje estou bem mais "adaptada"! E você, quando virá enfrentar esta renovação? To esperando!

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